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Série conhecendo os museus do sertão: Museu do Sertão.

Sede Museu do Sertão
Localizado no Centro Histórico de Piranhas/AL, à 266 km de Maceió e 217 km de Aracaju/SE, o Museu do Sertão existe desde 1982. É administrado pelo município e funciona numa charmosa estação ferroviária da antiga Estrada de Ferro Paulo Afonso, construída do final do século XIX em estilo Neoclássico.
Detalhes arquitetônicos da fachada
A exposição permanente do museu é autoexplicativa, os eixos temáticos do seu acervo contam de peças antigas de uso cotidiano do sertanejo; História do Cangaço; manifestações culturais e religiosa. Seu acervo conta atualmente com 204 itens catalogados.
Expositores com fotos e textos guiam o visitante durante a visita
Alguns dos itens do cotidiano sertanejo
Cangalha com Caçuá
Logo na entrada da exposição é possível conferir alguns poucos itens que fazem parte da história da Estrada de Ferro Paulo Afonso e da passagem do Imperador Dom Pedro II pela cidade, onde até tomou alguns desenhos.
Roda de locomotiva
Detalhe de fragmento dos trilhos
Pregos utilizados para fixação dos trilhos. No detalhe, prego "Cabeça de Cachorro", "Asa de Barata" e Tirefão.
Peças do cotidiano sertanejo aguçam o imaginário durante a visita, mas o tema Cangaço toma a maior parte dos itens do acervo.
Alguns dos itens sobre o Cangaço
Apesar do prédio da antiga estação ser relativamente grande e contar com primeiro andar, o museu divide lugar com uma Biblioteca Municipal, a Secretaria de Cultura e Turismo, uma loja de artesanato e um caixa eletrônico. O espaço do museu fica restrito a parte do térreo do prédio e ao final da visita, a impressão que se tem é que veríamos mais. Sua estrutura sofreu restauro em 2005 e apesar da boa aparência, já há projeto para nova restauração.
O museu também recebe doações de itens para seu acervo, o mais recente foi de seu Antônio Capistrano Neto, que doou um anel pertencente a Lampião em abril/2018.
Anel pertencente a Lampião | Crédito: Tribuna Independente
Um ano depois da doação, o anel ainda não está em exposição para os visitantes. De acordo com a Secretaria, em entrevista ao Jornal Tribuna Independente, por questões de segurança. Para saber mais sobre esta história clique [aqui].

Na saída do museu vale a pena conferir algumas estruturas ainda preservadas que faziam parte do complexo do recinto da ferrovia, hoje com suas funções alteradas, sendo eles: a Torre do Relógio, um dos principais símbolos da cidade, antiga Caixa D'água; Centro de Artesanato, antiga oficina das locomotivas; Clube Social e Auditório, antigo depósito de sal; Ruínas de colunas em pedra, antiga garagem das locomotivas.

***
Para ver e saber mais, visite o Museu do Sertão!
Funcionamento:
Terça à domingo - das 8h às 17h
Entrada: R$ 3,00 (inteira). Estudantes pagam meia, maiores de 60 anos são isentos, assim como crianças menores de 7 anos.
Restrições e proibições:
O museu fica as margens do Rio São Francisco, devido a isso, entrar em trajes de banho, sem camisa, com bebidas e alimentos são proibidos, assim como tocar nas peças.
***
Para sabe mais sobre a Estrada de Ferro Paulo Afonso:
MORAES, Eduardo José de. O Rio São Francisco e a Estrada de Ferro de Paulo Affonso. Piranhas: Tip. da Locomotiva, 1882;
BONFIM, Luiz Ruben F. A. Estrada de Ferro Paulo Afonso: sua origem. Paulo Afonso: Graf Tech.  v.2, 2007;
SILVA, Davi Roberto Bandeira da. A construção da Estrada de Ferro Paulo Afonso: fotografia e História. IHGA: Maceió, 2012;
EDMUNDSON, Willian. A Gretoeste: a história da rede ferroviária Great Western of Brazil. João Pessoa: Ideia, 2016.

Leu primeiro aqui? Para referências, use:
VIEIRA, Felipe. serie-conhecendo-os-museus-do-sertao-museu-do-sertao. Disponível em https://bloghistoriasertao.blogspot.com. Acesso em: dia, mês e ano.

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